Yamas e Niyamas

Namastê amados alunos e amigos,

Postamos um texto sobre os yamas e niyamas, os preceitos que fundamentam, estruturam e sustentam a nossa prática no dia a dia. Que possamos ler e assimilar esse material sob a luz do nosso coração, nos lembrando que um verdadeiro yogue,  jamais pratica ásana (postura) sem antes refletir e vivenciar esses preceitos (um dia a gente chega lá! =).

Boa leitura! 

Yama e Niyama –“O caminho do reto agir”

Os Yamas e Niyamas são conhecidos como os Princípios Universais que guiam a vida do Yogí. São elevados preceitos éticos e morais que ajudam o aspirante a manter um estado mental livre de qualquer identificação. O praticante é orientado de forma a manter uma conduta externa (Yama) de pleno respeito e integridade para com toda a vida, e para com todos os seres que se manifestem através dela, e uma atitude interna (Niyama) que conduza ao reconhecimento e percepção da natureza do Ser Real. Lembre-se que o Yoga é uma disciplina onde todos os seus preceitos são praticados, portanto, devemos estar sempre atentos aos pensamentos, que geram intenções, que produzem ações.

Yama em sânscrito significa “morte”, é o deixar morrer todos os hábitos que geram algum tipo de sofrimento e dor a qualquer ser vivo. É a morte de tudo aquilo que nos impede de acessar a nossa consciência de Unidade.

Ahimsa (não violência), é o respeito por todas as formas de vida, é estabelecer uma vida benevolente e pacífica. Devemos estar atentos as pequenas violências cometidas no dia a dia, os pequenos conflitos emocionais desnecessários que geramos, a forma como alimentamos o nosso corpo e mente, a violência gerada através de nossos pensamentos. Lembremos que antes de uma atitude agressiva ser manifestada no externo, ela já nos agrediu e nos intoxicou internamente.

Satya (não mentir/veracidade) é o comprometimento com a Verdade, o ser verdadeiro independente de posicionamentos pessoais, pois a Verdade é Absoluta em todos os sentidos. A verdade começa dentro, a partir de mim, para tanto, devemos observar a sinceridade mantida para consigo mesmo.  A mentira perturba a mente, gera conflitos internos, confusão e medo.

Asteya (não cobiçar/ não roubar) é o se apropriar do que não lhe pertence (em maior ou menor grau). Devemos observar que o “roubo” não acontece apenas através da posse indevida de materiais, mas também através do roubo de idéias, materiais intelectuais ou artísticos produzidos por outras pessoas; roubo de tempo, energia e até a oportunidade do outro se expressar. Muitas vezes nos roubamos (nos podamos e castramos, a nós e ao outro) a oportunidade de viver, de ser feliz, de se realizar.

Brahmacharya (domínio da energia) é caminhar com Brahma (Deus), é o entender que toda a vida é sagrada e que nossas ações devem se inspirar nessa concepção. É o levar uma vida simples, com o domínio das energias corpóreas, vivenciando uma sexualidade sadia, enraizada  no amor e respeito.

Aparigraha (não possessividade) é o desapego, a compreensão do que é essencial a vida. Desapego não somente de matéria, mas também de pessoas, posições e ideologias, entendemos que tudo na vida que se constitui de matéria densa é transitório e passageiro.

Os Nyamas são os aspectos internos que precisam ser desenvolvidos no caminho a consciência. É o florescer das virtudes da alma que despertam nossa natureza real.

Saucha é a pureza sob todos os sentidos. É o purificar (sutilizar), corpo e mente. Na limpeza do corpo, verificamos não somente o aspecto externo, mas também a pureza de tudo aquilo o que nos alimenta internamente. Lembre-se que nos nutrimos através de todos os nossos sentidos. Devemos observar os alimentos (comida), mas também os estímulos sensoriais que absorvemos, e além, devemos estar atentos, a pureza de nossos pensamentos e intenções, a pureza de nossa conduta perante o interno e externo.

Santosha é o contentamento, que se constitui de um processo de harmonização interior. O contentamento nasce de dentro para fora, estando livre de quaisquer expectativas pessoais.  “Com a mente tranqüila, aceita por igual o prazer e a dor, a vitória e a derrota, o ganho e a perda…” (Bhagavad Gita II.38).

Tapas é a disciplina, o auto-esforço e perseverança que nos move até nossa prática ou aquilo que almejamos. O calor da vontade queima as impurezas internas e nos conduz em direção ao objetivo traçado. Na Senda espiritual, devemos ter uma meta para nos empenharmos a chegar até ela.

Svadhyaya é o auto-estudo, a observação de si mesmo. É a busca pelo conhecimento do Eu Real, da gloriosa visão real de todas as coisas, que amadurece após muito trabalho interno. É a constante atenção a Si mesmo, “vigiando e orando” (vigiando o ego e mantendo a conexão constante com o Divino) o tempo todo, sem cessar.

Ishwara Pranidhana é a total entrega dos frutos da ação ao Absoluto (Deus). É o viver, é o estar em Deus.

Que possamos nos lembrar que “não há caminho a seguir sem a visão focada aonde chegar. O Absoluto (Deus) é a meta para o yogí”. (Laura Packer).

Por Tatiane Mosca

 Livro de apoio:

A Senda do Yoga – Maria Laura Garcia Packer. Ed. Teosófica, Brasília/ DF. 2008.

Apostila de Estudo de Mantras – Instituto de Yogaterapia de Campinas.

 

 

 

 

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