MAYA: A NATUREZA DA ILUSÃO

Maya se refere ao véu de ilusão através do qual vemos tudo no mundo como sendo separado de nós mesmos. Isso não significa que o mundo não seja real, mas que a totalidade de nossos condicionamentos cria uma perspectiva do mundo que é distorcida. A essência da ilusão é que vemos a nós mesmos como seres separados, e não como manifestações individuais de uma única fonte. Essa percepção equivocada do mundo nos faz adotar a uma visão limitada, segundo a qual passamos a acreditar que “Eu tenho que ser alguém no mundo, para ser feliz”. Para ir além de maya, temos que reconhecer o verdadeiro Ser que já completo e integral. Quando não mais procuramos encontrar a plenitude nas coisas do mundo, a ilusão de maya desaparece.

ENCONTRANDO O VERDADEIRO SER

Se maya é uma percepção equivocada, como é o mundo real? A maioria das abordagens hindus enfatiza a existência de uma só Unidade como a fonte e significado da vida.  A ideia central é que existe um Ser verdadeiro, além da multiplicidade de papéis e identidades que assumimos. Esse Ser verdadeiro é descrito como não sendo sujeito ao nascimento nem à morte. Chegamos ao Ser verdadeiro pelo processo de negação. Depois que tudo o que imaginamos sobre nós mesmos é removido, o que resta é o Ser verdadeiro. Esse Ser não é nada que desenvolvemos ou criamos; ele está sempre presente, esperando para ser reconhecido.  Esse Ser verdadeiro é parte de uma Unidade, e a experiência viva dessa unidade em nosso corpo, mente e espírito é o objetivo de todas as práticas do Yoga.

Extraído de Introdução ao Yoga, Joseph Le Page, 2009.