Vedanta

Namastê amados alunos e amigos!!

Neste post, disponibilizamos um texto bem simples e claro para falar sobre o Vedanta, que junto com o Yoga e Samkhya é uma das seis escolas clássicas (Nyaya, Vaisheshika, Samkhya, Yoga, Karma-Mimansa e Vedanta) que surgiram na tentativa de esclarecer e explicar os Vedas (conjunto de quatro textos sagrados do hunduísmo). Essas seis escolas são definidas como sistemas filosóficos que possuem diferentes pontos de vista na definição da realidade.

“O Vedanta não remove nenhuma limitação, apenas nos leva a compreender que já somos livres de toda e qualquer limitação”.


Vedanta é o nome da tradição de conhecimento registrada inicialmente nas Upanishads, antigos textos indianos vinculados ao final da literatura dos Vedas; por isso o nome Vedanta, literalmente “final dos Vedas“. De outro modo, o nome desta tradição também explicita seu objetivo, pois veda também quer dizer “conhecimento”, “sabedoria” ou “visão”. Assim, Vedanta é a tradição para o conhecimento final, a sabedoria última da realidade. O objetivo da tradição é o conhecimento/contato com nossa identidade fundamental enquanto consciência de limitações.

Há diferentes tradições de Vedanta, com diferentes direções sobre a identidade final. Uma destas vertentes é chamada advaita, literalmente “não-dual”, onde se percebe a identidade fundamental entre o indivíduo que vive e o universo manifesto onde este vive. Neste sentido, mostra-nos que já somos o Ser pleno que buscamos ser, pois permite que se encontre a categoria de realidade absoluta onde de fato não há dualidade, mas sim uma plenitude sem-divisões. Em termos mais práticos, possibilita a estarmos bem conosco e sermos capazes de nos acolhermos da maneira que estivermos, seja agradável ou não, dando-nos maior capacidade para lidarmos com as limitações experienciadas — sendo que a experiência em si é justamente o campo da dualidade.

O trabalho consiste em perceber esta realidade não-dual, livre de limitações, como sendo o próprio fundamento do nosso eu e, ao mesmo tempo, fortalecer-se para lidar com a realidade experiencial, isto é, dual e limitada. Este processo se dá basicamente através do estudo guiado da literatura do Vedanta, do refletir e questionar as propostas e do contemplar sobre esta “visão” apontada pelo processo.

O processo se desdobra principalmente através do questionamento das nossas frequentes fontes de identificação com os aspectos limitados do universo — nosso corpo, nossa personalidade, nosso status etc. O caminho é sempre em afirmação da vida que temos agora, sem nenhuma necessidade de retirarmos estas limitações, ou qualquer ação do dia-a-dia, pois a identidade que se busca é uma que inclui toda e qualquer experiência sem ser limitada por elas. Vedanta não pretende produzir ou modificar nada, embora o processo de estudo possa gerar mudanças práticas em nossa vida como consequência da compreensão do desejo de plenitude e do sentido em que podemos ser plenos.

Texto de Rodrigo G. Ferreira, publicado em 01/12/08 no site http://www.vedanta.pro.br/

Your email is never published or shared. Required fields are marked *

*

*

There was an error submitting your comment. Please try again.